Crianças indígenas e não indígenas se encontram em Brasília para aprender juntas a história do Brasil

  • 26/04/2024
Encontro foi durante Acampamento Terra Livre, que termina nesta sexta-feira (26). Espaço destinado aos filhos pequenos dos acampados recebeu estudantes de escolas da capital federal. Luna fala sobre o que aprendeu durante a oficina no ATL. Desde pequena, Luna Katariru, da etnia Manchineri, conhece a história da luta indígena. Aos 7 anos, ela explica para crianças não indígenas, em Brasília, a importância dos povos originários (veja vídeo acima). "Quando começou o Brasil, os indígenas moravam aqui. Não existia ninguém que não era indígena", diz Luna. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 DF no WhatsApp Para aproximar crianças indígenas e não indígenas, o Acampamento Terra Livre (ATL), que termina nesta sexta-feira (26) e reúne representantes dos povos originários de todo Brasil, criou um espaço de troca de conhecimento e atividades lúdicas. O trabalho da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) foi pensado para atender filhos dos indígenas que estão na capital federal para defender o direito às terras, mas crianças não indígenas também foram convidadas a participar. "A gente também pensou 'por que não trazer um pouco do movimento indígena, da história do movimento pra essas crianças? Pra que elas possam, desde pequenas, conhecer a luta dos seus pais e avós, e os direitos dos povos indígenas'", conta Toya Manchineri, da Coiab. As crianças participaram de atividades educativas, aprenderam sobre a importância da luta pelos direitos dos povos originários e também puderam conhecer um pouco da cultura dos 180 povos presentes no acampamento. Por meio da pintura, os meninos e meninas descobriram, por exemplo, o que representa a cobra para os indígenas. "O rabo da cobra representa a força dos povos indígenas. O corpo da cobra marca a nossa luta. A cabeça representa que permanecemos atentos e vigilantes. Nós éramos muitos, de várias cores, várias línguas, e percorremos uma luta de enfrentamento contra a dizimação dos povos, esse é o caminho representado pela cobra", conta Angela Amanakwa Kaxuyana. Futuras gerações Crianças indígenas e não indígenas fazem atividades no Acampamento Terra Livre, em Brasília Além de receber crianças não indígenas no acampamento, os pequenos indígenas também estiveram em escolas do Distrito Federal para conhecer a rotina deles. Para a gerente da Formação Pedagógica do Centro Amazônico de Formação Indígena, Gracinha Machineri, a interação entre crianças indígenas e não indígenas é uma das formas de evitar a perpetuação das violências enfrentadas geração após geração. "São as futuras gerações que herdarão nossas lutas, e essa aproximação gera também identificação, admiração, respeito e, principalmente, a solidariedade humana futura para um outro bem viver", diz Gracinha Machineri. LEIA TAMBÉM REPARAÇÃO: Portugal reconhece pela 1ª vez culpa por escravidão e massacre no Brasil INÍCIO DA COLONIZAÇÃO: Peças esculpidas por indígenas em 1559 voltam ao Brasil DIA DOS POVOS INDÍGENAS: Entenda por que 'dia do índio' é considerado pejorativo Leia outras notícias da região no g1 DF.

FONTE: https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/2024/04/26/criancas-indigenas-e-nao-indigenas-se-encontram-em-brasilia-para-aprender-juntas-a-historia-do-brasil.ghtml


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